O engraçado nas chamadas redes de relacionamentos sociais é que os amigos caem do céu, por assim dizer. Quem já era amigo, continua sendo. Quem era mero conhecido, entra na lista e se converte em novo amigo, às vezes com lucro para ambos. Ou não, nunca se sabe, porque algumas dessas pessoas só queriam mesmo engrossar a lista. Existe até quem faça a proposta sem ter a menor ideia de quem você é ou deixa de ser.
No balanço final, quase sempre se ganha.
O que mais incomoda na rede é que existem critérios automáticos para aproximar as pessoas. Como se um robô falasse com você - ou escrevesse, vá lá - propondo coisas, comportamentos e ações. Como se a gente precisasse de animação, fórmulas ou empurrões para se relacionar com alguém. A primeira proposta, às vezes, é uma mensagem que você não mandou. Há redes que tomam a iniciativa sem conhecimento do proponente, que até já desistiu da rede.
Tudo bem, não posso me queixar. Tenho conhecido gente bem legal, e novos contatos nunca fazem mal nenhum, especialmente se não implicam contato físico. Não me entendam mal: quando você ainda não sabe quem é uma pessoa, é melhor ir conhecendo aos poucos, em trocas de palavras. As palavras falam sempre além de seu sentido estrito, mesmo que não sejam inteiramente sinceras. E nas redes, em alguns casos, sinceridade é artigo meio supérfluo. Dá para entender.